quinta-feira, 2 de abril de 2015

Criança do Lapedo

No dia 6 de Dezembro de 1998 a inspeção de uma toca de coelho possibillitou a recolha de um pequeno conjunto de ossos humanos, em Leiria, cobertos com ocre (pigmento mineral usado em rituais funerários). Descobrindo assim, a primeira sepultura do Paleolítico Superior da Península Ibérica. O achado datado de cerca de 24 500 anos corresponde a uma criança saudável com cerca de 5 anos.
O estudo anatómico e paleontológico revelou que o Menino do Lapedo apresenta características modernas e arcaicas.
A criança do Lapedo é o primeiro fóssil que permite documentar um tipo de mosaico resultante de uma miscigenação entre o homem anatomicamente moderno e o nosso último antepassado europeu, o homem de neandertal. A combinação única de características anatómicas, umas modernas e outras neandertalenses só pode ser explicada cabalmente em termos filogenéticos. Esta indica que os Neandertais que subsistiam na Península Ibérica, quando os primeiros grupos de homens modernos nela começaram a penetrar, contribuíram para o património genético das populações da época em que viveu e morreu a criança do Lapedo, 3 a 5 mil anos mais tarde.


Reflexão:
O Menino do Lapedo é uma das raras sepulturas infantis desta época já descobertas, e o mais completo e bem documentado, pelo que permite observar os critérios de diferenciação social perante a morte. O menino terá sido envolvido numa mortalha de pele animal impregnada de ocre, e sepultado com oferendas funerárias (peças de carne, dentes de veados, ossadas de coelho e conchas perfuradas).
Após a descoberta do Menino do Lapedo, os trabalhos arqueológicos continuaram a revelar indícios notáveis de ocupação humana.

Fonte:
http://www.publico.pt/ciencia/noticia/
http://www.mundodrive.com/

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